I@smine

Todos os dias andando por longo caminho da escola ao ponto de ônibus atentei-me a cada movimento de quem passava por mim. Algumas pessoas tão extrovertidas, com andar confiante e cabeça altiva entre os amigos, quando sozinhas misturam-se a uma maioria semelhante, de andar desconfiado e olhar perdido ou atento ao chão.  Umas tentam transmitir superioridade, como se estivessem ótimas sozinhas e  não desejassem qualquer aproximação. Sei que a maioria preferia estar acompanhada, os que assim estão, por sua vez, querem exalar satisfação e mostrar que estão inseridos em um grupo e como isso é bom.
 Chegando ao ponto, pensei em algo mais interessante, cada ônibus que passa ligeiro recolhe e despeja passageiros ansiosos para chegar em seus destinos e muitos olham pela janela do coletivo e observam os que ainda aguardam sua vez. Peguei-me como exemplo, cada pessoa observa um momento de mim. Para os passageiros do suplementar para quem observou, no mínimo imaginou-me antipática, o sol havia refletido em meus olhos e naquele curto intervalo me viram de cenho fechado.  Os do intermunicipal talvez tenham me achado simpática, pois estive naquele momento conversando animada com uma gentil senhora de meia idade. Os do meu ônibus provavelmente me julgaram preocupada com meu cabelo que ao entrar no ônibus atrapalhou-se com todo aquele vento, deixando muito aflito o ser vaidoso que habita em mim. 
Talvez este exemplo não tenha sido o melhor para chegar aonde eu desejo, que consiste na idéia de que basta um simples momento para tirarmos inúmeras conclusões sobre alguém.
Não estou dizendo que aquelas pessoas deviam ter decido de seus ônibus e vindo à mim conhecer minha real personalidade, apenas que julgamos o tempo todo sem conhecer. Não somos compreensivos de modo a pensar que talvez aquele não seja um bom dia para aquela pessoa, ou apenas um momento, não abrimos espaço para mudar de opinião, não nos damos conta de que todos têm sua beleza que não precisa estar de acordo com nosso ponto de vista particular.
  É interessantíssimo observar o ser humano, que cobre com fantasia a fragilidade interior, que tem sempre algo bom e ruim para oferecer, que sente e muitas vezes administra mal os sentimentos, que tantas vezes passa a vida sem observar uns aos outros para tentar entender as diferenças, criticar menos e auxiliar sempre. Que tantas vezes observa apenas de longe e não faz questão de conhecer o universo particular das outras pessoas, que julga como verdadeiro o ditado “a primeira impressão é a que fica” e se limita a essa errônea idéia.
4 Responses
  1. Érick Says:

    Só um detalhe...

    "[...] talvez aquele não seja um bom dia para aquela pessoa, ou apenas um momento, não abrimos espaço para mudar de opinião, não nos damos conta de que todos têm sua beleza [...]."

    Me fez entender que é possível que você tenha pegado um momento ruim da pessoa e não visto beleza. Como você estava terminando seu exemplo sobre você mesma, nem faz sentido. Em qualquer momento é impossível não ver beleza em você. ;]

    Beijoos!


  2. Anônimo Says:

    nick nick!

    que primor de texto e elaboração de idéias...
    tô virando fã!
    vou listar o "todo dia é dia de prosa" no Tertúlia Pão de Queijo.

    bjão.


  3. I@smine Says:

    ahhh bein obrigada =D
    mas sim, eu tenho meu lado não-belo!=/
    beijos meu amigooo itabirano, belo horizontino,taiwanense sahusha =**


  4. I@smine Says:

    ô lele brigadaa !!!
    Nossa fico feliz d mais em ouvir uma coisa assim
    d uma pessoa tão instruída e inteligente! ^^
    nossaa ficarei muitoo feliz!
    obrigadaa!!!
    beeijos!


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